domingo, 4 de abril de 2010

O Professor....


É a vida de professora não é fácil...Mas quem foi que disse que seria? Me descobrir professora não foi algo que aconteceu assim de repente, na realidade nunca me imaginei em sala de aula, a não ser, do lado de cá da sala, de preferência lá no canto, na turma do fundão.
Vivi tudo que uma adolescente poderia viver, bem, quase tudo, minha liberdade era bastate limitada, mas nada que me impedisse de sonhar, e eu sonhei, Deus como eu sonhei...Sonhei em ser Advogada, Juíza, Promotora, Arquiteta, Executiva, Diplomata, Médica, Mulher Maravilha,
Lois Laine, She-Ra, e tantas outra heroínas, mas nunca me imaginei sendo professora.
Até que um dia, desmotivada na Biblioteconomia (Minha formação e motivo de paixão até hoje) eu conheci uma professora, estatura medianta, assim meio franzina, mais ENORME, bastava abrir a boca para fazer todo mundo viajar, flutuar em suas palavras, falava como quem declama um poema, ensinava como quem sabia de tudo um pouco, nunca deixou que um aluno saísse de sala sem uma resposta (Uma bibliotecária nata!), não se deixava levar, não se permitia influenciar, seguia tão somente o que sua ética exigia, seu nome? Eliany Alvarenga, meu ponto de referência, a partir daí, me senti motivada, voltei a acreditar que era possível ganhar o mundo sendo "uma profissional da informação", até então, pensava em ser apenas uma "grande" bibliotecária, Organizada, Articulada, Atuante e defensora desta profissão tão digna e quase nunca valorizada.
Fazer o que né? Há mesmo quem diga que o Brasil ñ é o país da educação, porém, otimista que sou, ACREDITO DO BRASIL! Acredito nas pessoas por mais quem me pareçam criaturas, cada ser em si traz algo de bom para o mundo.
Assim, me descobri PROFESSORA, no dia em que defendi minha monografia, senti um calafrio, um desejo de sentar naquela cadeira e ser membro de uma banca. Vi minha vida passar como filme em minha mente, desejei ser a melhor professora que a Ciência da Informação poderia ter, pretensão? Talvez, mas enquanto há vida, há esperança. Fiz minha parte, superei meus próprios limites, venci obstáculos, concorri, briguei, fui ética e me tornei professora, hoje na Arquivologia, curso que me recebeu com muito carinho, procuro aplicar toda a minha experiência da Biblioteconomia e da Ciência da Informação para formar os melhores profissionais da informação que nossa sociedade merece ter, sei que não depende apenas de mim, mas enquanto não me faltar fôlego, alunos que acreditam em mim, amigos que dividem comigo o "grande palco" que é a sala de aula, (Palco, por que um bom professor precisa entre outras coisas ser um artista, pois assim, conseguirá encantar, seu público), grandes mestres que me permitem beber da fonte do conhecimento, eu continuarei acreditando que ser Professora é de fato a melhor coisa desse mundo.
Eu descobri, durante minha caminhada que um bom mestre, acumula títulos sim, mas definitivamente não são os tais títulos que definem quem é bom e quem não é, não são os títulos que asseguram respeito, confiança, segurança e domínio de sala, garantindo assim que se cumpra o dever da docência, qual seja, disseminar o conhecimento e transformar informação e conhecimento tácito em capital intelectual.

Por Irma Carvalho


2 comentários:

Unknown disse...

Adorei sua definição sobre sua profissão, é incomum ver pessoas ou melhor professores tão apaixonados pelo que fazem, parabéns e continue firme, pq o caminho é tortuoso.

Unknown disse...

Goastei muito do seu blog é bem explicativo e trás assuntos interessantes, gostaria de ver mais postagens e como faço p seguir vc, ñ estou conseguindo obrigado e parabéns.