quarta-feira, 28 de abril de 2010

APRENDA A ESCREVER UM ARTIGO CIENTÍFICO...

1. CARACTERÍTICAS

O artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão. O objetivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviam de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão. Assim, os problemas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas teóricos ou práticos novos.


2. ESTRUTURA DO ARTIGO

O artigo possui a seguinte estrutura:

1.Título
2. Autor (es)
3. Epígrafe (facultativa)
4. Resumo e Abstract
5. Palavras-chave;
6. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
7. Referências.


2.1- TÍTULO


Deve compreender os conceitos-chave que o tema encerra, e ser numerado para indicar, em nota de rodapé, a finalidade do mesmo.

2.2- AUTOR (ES):

O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. Caso haja mais de um autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética, ou se houver titulações diferentes deverão seguir a ordem da maior para a menor titulação. Os dados da titulação de cada um serão indicados em nota de rodapé através de numeração ordinal.

2. 3- EPÍGRAFE

É um elemento facultativo, que expressa um pensamento referente ao conteúdo central do artigo.

2.4- RESUMO e ABSTRACT

Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras, onde se expõe o objetivo do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados alcançados. O Abstract é o resumo traduzido para o inglês, sendo que alguns periódicos aceitam a tradução em outra língua.

2.5- PALAVRAS-CHAVE:

São palavras características do tema que servem para indexar o artigo, até 6 palavras.

2. 6- CORPO DO ARTIGO:
1. INTRODUÇÃO:

O objetivo da Introdução é situar o leitor no contexto do tema pesquisado, oferecendo uma visão global do estudo realizado, esclarecendo as delimitações estabelecidas na abordagem do assunto, os objetivos e as justificativas que levaram o autor a tal investigação para, em seguida, apontar as questões de pesquisa para as quais buscará as respostas. Deve-se, ainda, destacar a Metodologia utilizada no trabalho. Em suma: apresenta e delimita a dúvida investigada (problema de estudo - o quê), os objetivos (para que serviu o estudo) e a metodologia utilizada no estudo (como).


2. DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:

Nesta parte do artigo, o autor deve fazer uma exposição e uma discussão das teorias que foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a dúvida investigada;
- apresentar as demonstrações dos argumentos teóricos e/ ou de resultados que as sustentam com base dos dados coletados;
Neste aspecto, ao constar uma Revisão de Literatura, o objetivo é de desenvolver a respeito das contribuições teóricas a respeito do assunto abordado.
O corpo do artigo pode ser dividido em itens necessários que possam desenvolver a pesquisa. É importante expor os argumentos de forma explicativa ou demonstrativa, através de proposições desenvolvidas na pesquisa, onde o autor demonstra, assim, ter conhecimento da literatura básica, do assunto, onde é necessário analisar as informações publicadas sobre o tema até o momento da redação final do trabalho, demonstrando teoricamente o objeto de seu estudo e a necessidade ou oportunidade da pesquisa que realizou.
Quando o artigo inclui a pesquisa descritiva apresentam-se os resultados desenvolvidos na coleta dos dados através das entrevistas, observações, questionários, entre outras técnicas.

3. CONCLUSÃO

Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste momento são relacionadas às diversas idéias desenvolvidas ao longo do trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do autor e as contribuições trazidas pela pesquisa.
Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado, respondendo às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na Introdução, onde não se permite que nesta seção sejam incluídos dados novos, que já não tenham sido apresentados anteriormente.

2. 7- REFERÊNCIAS:

Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de materiais. As publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem obedecer as Normas da ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo.

3. LINGUAGEM DO ARTIGO:

Tendo em vista que o artigo se caracteriza por ser um trabalho extremamente sucinto, exige-se que tenha algumas qualidades: linguagem correta e precisa, coerência na argumentação, clareza na exposição das idéias, objetividade, concisão e fidelidade às fontes citadas. Para que essas qualidades se manifestem é necessário, principalmente, que o autor tenha um certo conhecimento a respeito do que está escrevendo.
Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisados os seguintes procedimentos no artigo científico:

- Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular;
- Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu penso”, “eu acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem valor científico;
- Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, firmada em dados concretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico;
- Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário comum, utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência possui uma terminologia técnica própria que deve ser observada;
- A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar a pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas, intercaladas com parênteses, num único período. O uso de parágrafos deve ser dosado na medida necessária para articular o raciocínio: toda vez que se dá um passo a mais no desenvolvimento do raciocínio, muda-se o parágrafo.
- Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no texto, tendo suas fontes citadas em notas de rodapé. (PÁDUA, 1996, p. 82).


Para a redação ser bem concisa e clara, não se deve seguir o ritmo comum do nosso pensamento, que geralmente se baseia na associação livre de idéias e imagens. Assim, ao explanar as idéias de modo coerente, se fazem necessários cortes e adições de palavras ou frases. A estrutura da redação assemelha-se a um esqueleto, constituído de vértebras interligadas entre si. O parágrafo é a unidade que se desenvolve uma idéia central que se encontra ligada às idéias secundárias devido ao mesmo sentido. Deste modo, quando se muda de assunto, muda-se de parágrafo.
Um parágrafo segue a mesma circularidade lógica de toda a redação: introdução, desenvolvimento e conclusão. Convém iniciar cada parágrafo através do tópico frasal (oração principal), onde se expressa a idéia predominante. Por sua vez, esta é desdobrada pelas idéias secundárias; todavia, no final, ela deve aparecer mais uma vez. Assim, o que caracteriza um parágrafo é a unidade (uma só idéia principal), a coerência (articulação entre as idéias) e a ênfase (volta à idéia principal).
A condição primeira e indispensável de uma boa redação científica é a clareza e a precisão das idéias. Saber-se-á como expressar adequadamente um pensamento, se for claro o que se desejar manifestar. O autor, antes de iniciar a redação, precisa ter assimilado o assunto em todas as suas dimensões, no seu todo como em cada uma de suas partes, pois ela é sempre uma etapa posterior ao processo criador de idéias.



4. NORMAS DE APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ARTIGO
4. 1 PAPEL, FORMATO E IMPRESSÃO
De acordo com a ABNT “o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do trabalho”. (ABNT, 2002, p. 5, grifo nosso).
Segundo a NBR 14724, o texto deve ser digitado no anverso da folha, utilizando-se papel de boa qualidade, formato A4, formato A4 (210 x 297 mm), e impresso na cor preta, com exceção das ilustrações.
Utiliza-se a fonte tamanho 12 para o texto; e menor para as citações longas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas. Não se deve usar, para efeito de alinhamento, barras ou outros sinais, na margem lateral do texto.

4.2 MARGENS

As margens são formadas pela distribuição do próprio texto, no modo justificado, dentro dos limites padronizados, de modo que a margem direita fique reta no sentido vertical, com as seguintes medidas:
Superior: 3,0 cm. da borda superior da folha
Esquerda: 3,0 cm da borda esquerda da folha.
Direita: 2,0 cm. da borda direita da folha;
Inferior: 2,0 cm. da borda inferior da folha.

4.3 PAGINAÇÃO

A numeração deve ser colocada no canto superior direito, a 2 cm. da borda do papel com algarismos arábicos e tamanho da fonte menor, sendo que na primeira página não leva número, mas é contada.

4.4 - ESPAÇAMENTO

O espaçamento entre as linhas é de 1,5 cm. As notas de rodapé, o resumo, as referências, as legendas de ilustrações e tabelas, as citações textuais de mais de três linhas devem ser digitadas em espaço simples de entrelinhas.
As referências listadas no final do trabalho devem ser separadas entre si por um espaço duplo. Contudo, a nota explicativa apresentada na folha de rosto, na folha de aprovação, sobre a natureza, o objetivo, nome da instituição a que é submetido e a área de concentração do trabalho deve ser alinhada do meio da margem para a direita.
4.5- DIVISÃO DO TEXTO

Na numeração das seções devem ser utilizados algarismos arábicos. O indicativo de uma seção secundária é constituído pelo indicativo da seção primária a que pertence, seguido do número que lhe foi atribuído na seqüência do assunto, com um ponto de separação: 1.1; 1.2...
Aos Títulos das seções primárias recomenda-se:
a) seus títulos sejam grafados em caixa alta, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
b) nas seções secundárias, os títulos sejam grafados em caixa alta e em negrito, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
c) nas seções terciárias e quaternárias, utilizar somente a inicial maiúscula do título, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente.
Recomenda-se, pois que todos os títulos destas seções sejam destacados em NEGRITO.
É importante lembrar que é necessário limitar-se o número de seção ou capítulo em, no máximo até cinco vezes; se houver necessidade de mais subdivisões, estas devem ser feitas por meio de alíneas.
Os termos em outros idiomas devem constar em itálico, sem aspas. Exemplos: a priori, on-line, savoir-faires, know-how, apud, et alii, idem, ibidem, op. cit. Para dar destaque a termos ou expressões deve ser utilizado o itálico. Evitar o uso excessivo de aspas que “poluem” visualmente o texto;

4.6- ALÍNEAS
De acordo com Müller, Cornelsen (2003, p. 21), as alíneas são utilizadas no texto quando necessário, obedecendo a seguinte disposição:
a) no trecho final da sessão correspondente, anterior às alíneas, termina por dois pontos;
b) as alíneas são ordenadas por letras minúsculas seguidas de parênteses;
c) a matéria da alínea começa por letra minúscula e termina por ponto e vírgula; e na última alínea, termina por ponto;
d) a segunda linha e as seguintes da matéria da alínea começam sob a primeira linha do texto da própria alínea.
4.7- ILUSTRAÇÕES E TABELAS
As ilustrações compreendem quadros, gráficos, desenhos, mapas e fotografias, lâminas, quadros, plantas, retratos, organogramas, fluxogramas, esquemas ou outros elementos autônomos e demonstrativos de síntese necessárias à complementação e melhor visualização do texto. Devem aparecer sempre que possível na própria folha onde está inserido o texto, porém, caso não seja possível, apresentar a ilustração na própria página.
Quanto às tabelas, elas constituem uma forma adequada para apresentar dados numéricos, principalmente quando compreendem valores comparativos.
Conseqüentemente, devem ser preparadas de maneira que o leitor possa entendê-las sem que seja necessária a recorrência no texto, da mesma forma que o texto deve prescindir das tabelas para sua compreensão.
Recomenda-se, pois, seguir, as normas do IBGE:
a) a tabela possui seu número independente e consecutivo;
b) o título da tabela deve ser o mais completo possível dando indicações claras e precisas a respeito do conteúdo;
c) o título deve figurar acima da tabela, precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem no texto, em algarismo arábicos;
d) devem ser inseridas mais próximas possível ao texto onde foram mencionadas;
e) a indicação da fonte, responsável pelo fornecimento de dados utilizados na construção de uma tabela, deve ser sempre indicada no rodapé da mesma, precedida da palavra Fonte: após o fio de fechamento;
f) notas eventuais e referentes aos dados da tabela devem ser colocadas também no rodapé da mesma, após o fio do fechamento;
g) fios horizontais e verticais devem ser utilizados para separar os títulos das colunas nos cabeçalhos das tabelas, em fios horizontais para fechá-las na parte inferior. Nenhum tipo e fio devem ser utilizados para separar as colunas ou as linhas;
h) no caso de tabelas grandes e que não caibam em um só folha, deve-se dar continuidade a mesma na folha seguinte; nesse caso, o fio horizontal de fechamento deve ser colocado apenas no final da tabela, ou seja, na folha seguinte. Nesta folha também são repetidos os títulos e o cabeçalho da tabela.

4.8- CITAÇÕES
4.8.1- Citação Direta

As citações podem ser feitas na forma direta ou na indireta. Na forma direta devem ser transcritas entre aspas, quando ocuparem até três linhas impressas, onde devem constar o autor, a data e a página, conforme o exemplo: “A ciência, enquanto conteúdo de conhecimentos, só se processa como resultado da articulação do lógico com o real, da teoria com a realidade”.(SEVERINO, 2002, p. 30).
As citações de mais de um autor serão feitas com a indicação do sobrenome dos dois autores separados pelo símbolo &, conforme o exemplo: Siqueland & Delucia (1990, p. 30) afirmam que “o método da solução dos problemas na avaliação ensino- aprendizagem apontam para um desenvolvimento cognitivo na criança”.
Quando a citação ultrapassar três linhas, deve ser separada com um recuo de parágrafo de 4,0 cm, em espaço simples no texto, com fonte menor:
Severino (2002, p. 185) entende que:

A argumentação, ou seja, a operação com argumentos, apresentados com objetivo de comprovar uma tese, funda-se na evidência racional e na evidência dos fatos. A evidência racional, por sua vez, justifica-se pelos princípios da lógica. Não se podem buscar fundamentos mais primitivos. A evidência é a certeza manifesta imposta pela força dos modos de atuação da própria razão.

No caso da citação direta, deve-se comentar o texto do autor citado, e nunca concluir uma parte do texto com uma citação.
No momento da citação, transcreve-se fielmente o texto tal como ele se apresenta, e quando for usado o negrito para uma palavra ou frase para chamar atenção na parte citada usar a expressão em entre parênteses (grifo nosso). Caso o destaque já faça parte do texto citado usar a expressão entre parênteses: (grifo do autor).

5.8.2- Citação Indireta

A citação indireta, denominada de conceitual, reproduz idéias da fonte consultada, sem, no entanto, transcrever o texto. É “uma transcrição livre do texto do autor consultado” (ABNT, 2001, p. 2). Esse tipo de citação pode ser apresentado por meio de paráfrase quando alguém expressa a idéia de um dado autor ou de uma determinada fonte A paráfrase, quando fiel à fonte, é geralmente preferível a uma longa citação textual, mas deve, porém, ser feita de forma que fique bem clara a autoria.

5.8.3- Citação de citação

A citação de citação deve ser indicada pelo sobrenome do autor seguido da expressão latina apud (junto a) e do sobrenome da obra consultada, em minúsculas, conforme o exemplo Freire apud Saviani (1998, p. 30).

5.9- Notas de Rodapé

As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos, tecer considerações, que não devem ser incluídas no texto, para não interromper a seqüência lógica da leitura. Referem-se aos comentários e/ou observações pessoais do autor e são utilizadas para indicar dados relativos à comunicação pessoal.
As notas são reduzidas ao mínimo e situar em local tão próximo quanto possível ao texto. Para fazer a chamada das notas de rodapé, usam-se os algarismos arábicos, na entrelinha superior sem parênteses, com numeração progressiva nas folhas. São digitadas em espaço simples em tamanho 10. Exemplo de uma nota explicativa: A hipótese, também, não deve se basear em valores morais. Algumas hipóteses lançam adjetivos duvidosos, como bom, mau, prejudicial, maior, menor, os quais não sustentam sua base científica.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pretendeu-se neste trabalho proporcionar, de forma muito sintética, mas objetiva e estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escrita de um artigo científico. Para satisfazer este objetivo, optou-se por uma descrição seqüencial dos componentes típicos de um documento desta natureza. O resultado obtido satisfaz os requisitos de objetividade e pequena dimensão que pretendia atingir. Ele também constituirá um auxiliar útil, de referência freqüente para que o leitor pretenda construir a sua competência na escrita de artigos científicos. Faz-se notar, todavia, que ninguém se pode considerar perfeito neste tipo de tarefa, pois a arte de escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência e da cultura.

E AÍ GOSTARAM?

DEPOIS FALAREMOS MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO, POR ENQUANTO É SÓ!!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Resenhando na academia...

Quem nunca foi vítima da famosa frase..."Eu quero uma resenha desse texto!". Pois é, na academia tem dessas coisas, professores indicam textos para leituras e normalmente pedem resenhas como uma forma de identificar e avaliar as competências e o poder de percepção de seu aprendiz. Entretanto, existe uma tendência comum entre os acadêmicos, principalmente os que estão iniciando sua vida acadêmica de confundir as ditas resenhas com os resumos e fichamentos tão conhecidos do ensino médio.
Foi pensando em minimizar as dúvidas entre resenha, resumo e fichamento que elencamos algumas características das resenhas e trouxemos alguns conceitos para esclarecer de vez a maioria das dúvidas existentes.

Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.
O objetivo da resenha é guiar o leitor pelo emaranhado da produção cultural que cresce a cada dia e que tende a confundir até os mais familiarizados com todo esse conteúdo.

Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal.

Assim...

As resenhas são textos objetivos cuja finalidade é apresentar a ideia de um determinado autor acerca de uma área do conhecimento e apresentam algumas divisões que merecem destaque. A mais conhecida delas é a resenha acadêmica, que apresenta moldes bastante rígidos, responsáveis pela padronização dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se subdivide em resenha crítica, resenha descritiva e resenha temática.

Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma produção completa:

1º)Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
2º)Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
3º)Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
4º)Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
5º)Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
6º)Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
7º)Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
8º)Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”
Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião o resenhista.

Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples:

1º)Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto;
2º)Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto;
3º)Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado;
Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que você usou;
4º)Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”.

Enfim, fazer uma resenha aparentemente parece ser muito fácil, mas é necessário cautela, pois dependendo do olhar do resenhistas existe a possibilidade de transformar um livro lenda, um filme em um fracasso e um autor em um ex-escritor...

No mais divirtam-se, leiam bastante e façam da resenha uma ferramenta de estudos!

Abraços e mantenham contato!

Irma Carvalho

sábado, 24 de abril de 2010

Equipamentos de proteção individual (EPIs) para profissionais de bibliotecas, centros de documentação e arquivos

Resumo

A conservação preventiva dos acervos das bibliotecas, arquivos e centros de documentação é realizada por profissionais que atuam em processos de higienização. Contudo, a falta de uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) traz sérios danos à sua saúde. Este trabalho visa alertar sobre a importância dos EPIs. A metodologia empregada envolve uma campanha ilustrada de conscientização através de vídeos, exposições práticas, palestras e treinamento. Como resultado, detectamos que a utilização correta destes equipamentos proporciona mais segurança e integridade física, garantindo melhor qualidade de vida a quem executa esta tarefa.

Palavras-chave:
Bibliotecas - Higienização; Equipamentos de Proteção Individual; Saúde do trabalhador; Conservação preventiva

(ACESSE ESSE ARTIGO EM:)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Física quântica e espiritualidade


No campo da consciência, mas é uma conexão que existe além da matéria, além até do que muitos chamam de matéria espiritual (ou matéria sutil); é um princípio, é a substância mais íntima do universo, como se fosse um “DNA” do universo. Essa consciência teria uma única função no universo, que seria existir, simplesmente existir; ela seria fruto de “algo” que muitos classificam como Deus. Na verdade, tal “consciência” estaria mais próxima do conceito chinês do Tão, ou da iluminação no Zen, pois não existiriam palavras para descreve-la pura e objetivamente. Ela seria o motor por trás de todas as coisas que existem em nosso universo.
A consciência não é a mesma coisa que o pensamento, como poderíamos supor; ela é o que está por trás do pensamento, por trás da energia ou da matéria. Contudo, essa consciência interage com o universo de várias formas, pois ela é tão imaterial que precisa de um meio para existir e exercer sua ação; nesse instante, temos a ação do pensamento, do espírito e da matéria.
Essa consciência participa da fabricação do que nós chamamos de espaço e tempo (segundo as bases teóricas da Mecânica da Relatividade de Einstein, todo o universo é formado por uma teia de relações físicas relativas entre si, conhecida como espaço-tempo) e, a partir desse estado de energia e dos potenciais em todas as esferas e existência (mente-corpo-espírito), cria a realidade material sensível aos nossos sentidos.
Essa criação da realidade material passa por uma série de etapas, nas quais cada parcela dessa “vontade” adquire características, absorve energias e molda o espaço à sua volta para fazer parte dos diversos níveis de percepção. O mundo espiritual é um meio que guarda uma certa capacidade de “ser”, isso é, no mundo espiritual, existem as diversas possibilidades de todas as coisas que estão para surgir em nosso mundo material, desde o reino das fadas até as maiores realizações da ciência. Contudo, essas potencialidades, embora possuam uma certa “densidade”, não são “matéria”. Para surgirem como tal precisam de mais do que isso; precisam de algo que as traga para o plano físico.
O mundo espiritual seria uma das etapas de “densificação da consciência” - como explicado acima. Na verdade, podemos explicar esse conceito segundo as bases da física quântica, pois existiria um aumento das probabilidades, o que resultaria na densificação da “idéia” em matéria (na física quântica, tudo é medido segundo probabilidades de “algo” acontecer, ou seja, quanto maior a porcentagem nas equações, maiores são as chances daquilo se manifestar no mundo físico).
Exemplificando, o mundo espiritual seria um mundo que tem um certo grau de probabilidade de existir; um grau menor de probabilidade em relação ao nosso, mas ainda assim é um grau de probabilidade, que produz resultados num meio de menor densidade (nas esferas sutis, muito relatam que, ao pensarem em algo, o meio ambiente se modula e constrói algo semelhante ao que foi imaginado), ou seja, uma matéria menos densa, algo que chamamos “mais sutil”.
Sabemos que existem probabilidades das coisas acontecerem; a “consciência” consegue atuar sobre tais probabilidades independentemente de existir matéria ou não. A “consciência” gera novas probabilidades para interagir com o mundo físico.
Ela vai atingindo gradualmente o plano físico, gerando um campo crescente de probabilidades, aumentando progressivamente sua influência. Nesse ponto, ela atinge o plano mental, depois o espiritual e, por fim, o plano físico.
Nesse instante, entramos no polêmico Paradoxo de Young (elaborado pro Thomas Young [1773-1829]. Segundo esse paradoxo, quando uma experiência é registrada, na verdade ela é influenciada pelas expectativas dos pesquisadores; portanto, os resultados finais refletiriam o que os observadores “desejariam”). A questão do observador é central nas pesquisas quânticas, pois quando se analisa uma partícula, o comportamento dela é determinado pela maneira pela qual é observada. O observador tem o poder de modificar o estado físico da experiência. O grande problema da física quântica é responder de onde vem o poder do observador.
O interessante disso é que o observador determina o resultado no momento em que olha; enquanto o observador não olha, não se pode dizer o que está acontecendo; é o observador que está determinando a realidade. É a “consciência” determinando a realidade. Para a física, isso é algo inexplicável. Nessa proposta da “física espiritual” é a consciência que determina as probabilidades. Quando a “consciência” olha, ela determina as probabilidades e estabelece um padrão no universo para aquele evento singular.
Aquilo que é observado passa a existir, de uma determinada forma, até deixar de ser observado. Nesse ponto, cruzamos com a teoria do universo que é proposta no livro o Universo Autoconsciente, do físico indiado Amit Goswami. Nessa obra, temos relatos de experiências que os físicos fizeram em laboratórios renomados e com grande acuro científico dizendo que, quando as coisas não são observadas. A matéria se torna difusa se “algo” não é pensado ou observado longamente.


AS MATERIALIZAÇÕES

São explicadas da forma simples a partir dessas observações. Existe tanto a materialização feita pela consciência lúcida (evoluída e espiritualmente plena), quanto a materialização feita por volume de insistência (quando muitas pessoas desejam a mesma coisa). A materialização através da física espiritual acontece da seguinte forma: se muitas pessoas pensam em algo ela aceleram o processo de densificação para que aquilo aconteça ou exista.
Contudo, existem materializações que fazem uso de ectoplasma, que é um material intermediário. O ectoplasma é formado a partir de tecidos cedidos por um corpo que, vibrando num determinado estado eletromagnético, pode ser reorganizado fora do corpo como matéria. É dessa forma que surgem as materializações a partir do ectoplasma.
A partir da física espiritual, ainda podemos ter explicações para grandes fenômenos, como é o caso relatado numa das edições sobre a vida do sábio Yogananda, na qual ele conta experiências de materializações do guru indiano conhecido como Babaji (uma figura lendária e tida como um dos grandes mestres espirituais da Terra. Sexto Sentido 7).
Nesse relato, Babaji faz aparecer um castelo, que teria por objetivo servir como alicerce para uma experiência espiritual de um discípulo. Essa materialização não foi feita com o ectoplasma, mas a partir da própria estrutura do universo. A consciência de Babaji emitiu aquele pensamento ou sentimento; então, as probabilidades colapsaram e atingiram um nível crítico, produzindo a transformação da realidade material e o “aparecimento” do castelo; e se fez matéria. Quando a experiência acabou, ele eliminou o pensamento de sua mente, pois havia cumprido sua função, e a matéria se desfez.
Para a física quântica, o universo é formado por esses “potenciais de ser”. Generalizando, podemos afirmar que somos uma “espuma quântica”, unidades básicas de potencial formando toda uma “espuma” de probabilidades, e essa espuma tem a capacidade de “realizar” matéria, de fazer com que a matéria exista.
Essa é uma explicação viável. O que chamamos de paz interior e amor (como emoções e estado de espírito) é o que na física vemos como ordenação e interação compreensiva; a capacidade de fazer com que as coisas aconteçam.
Existe uma expressão conhecida na ciência como “potencial do vácuo”. O vácuo absoluto tem potencial de ser qualquer coisa. Se você observa passivamente uma região do espaço de vácuo absoluto, você tem um potencial de produzir qualquer coisa momentaneamente, pois o vácuo sobre picos de interferência dos observadores e ele quase vira matéria, mas por falta de ordenação interna, não vira”.
Isso significa que se alguém estiver olhando para aquela região e emitir um sentimento de que ali deve haver algo, esse algo aparece em algum dos planos de existência. Se a pessoa tiver ordenação interna e essa ordenação não sofrer flutuações de intensidade, o desejo da pessoa se torna real, material, tangível. Portanto, o que chamamos de materialização não está restrito aos eventos paranormais; na verdade, faz parte dos conceitos mais profundos da física e da espiritualidade, ao alcance de todos.
PARTINDO destes conceitos podemos imaginar que todas as formas de vida influenciam a realizada e produzem elementos que tornam sua densidade(como seres materiais) maior ou menor. Isso se reflete no modo de encarar o fenômeno conhecido como Nova Era. A Terra pode ser vista como um ser vivo, muito mais velho que seus habitantes.
Como ser vivo, a terra possui uma consciência que atingiu tal grau de maturidade que sua índole fez com que ela tivesse um desejo de compartilhar vida de uma maneira diferente. É um “ser” que virou um planeta. Ela atingiu tanta maturidade que se densificou, gerando uma curva gravitacional em torno do seu potencial e, assim, agregando a matéria e a energia que a transformariam em planeta.
Também aproximou as consciências que estavam por aqui e que formaram os outros planetas. Gerando esse colapso de matéria, criando curvas de espaço-tempo em torno da própria “consciência”, quis compartilhar vida.
Contudo, para entendermos a Nova Era, devemos compreender que existem condições externas ao sistema solar que fazem com que a própria estrutura de espaço-tempo varie em torno de nós. Simplificando os conceitos matemáticos e físicos da questão; existe uma grade gravitacional (tanto materialmente como espiritualmente), que atua a grandes distâncias sobre nós, fazendo com que o espaço-tempo ao nosso redor mude de densidade em certos pontos. O sistema solar está se dirigindo a uma região com um pouco menos de densidade.
O que isso significa! Que os seres conscientes da Terra irão precisar de uma quantidade menor de probabilidades para formar matéria física. A cada dia que passa, a matéria vai ficar um pouco mais sutil, porém o plano espiritual não está ficando mais sutil; na verdade, n
Autor: Regina Lobato

terça-feira, 13 de abril de 2010

Deveres e Obrigações do Bibliotecário


Art. 2° - Os deveres do profissional de Biblioteconomia compreendem além do exercício de suas atividades:
• a) dignificar através de seus atos a profissão tendo em vista a elevação moral, ética e profissional da Classe;
• b) observar os ditames da Ciência e da técnica, servindo ao Poder Público, à Iniciativa Privada à Sociedade em geral;
• c) respeitar leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão;
• d) respeitar as atividades de seus colegas e de outros profissionais;
• e) colaborar eficientemente com a Pátria, o Poder Público e a Cultura.
Art. 3° - Cumpre ao profissional de Biblioteconomia:
• a) preservar o cunho liberal e humanista de sua profissão, fundamentado na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana;
• b) exercer a profissão, aplicando todo zelo, capacidade e honestidade no seu exercício;
• c) cooperar intelectual e materialmente para o processo da profissão, mediante o intercâmbio de informações com Associações de Classe, Escolas e Órgãos de divulgação técnica e científica;
• d) guardar sigilo no desempenho de suas atividades, quando o assunto assim exigir;
• e) realizar, de maneira digna, a publicidade de sua instituição ou atividade profissional, evitando toda e qualquer manifestação que possa comprometer o conceito de sua profissão ou de colega;
• f) considerar que o comportamento profissional irá repercutir nos juízos que se fizerem sobre a Classe;
• g) manter-se atualizado sobre a legislação que rege o exercício profissional da Biblioteconomia, cumprindo-a corretamente e colaborando para seu aperfeiçoamento;
• h) combater o exercício ilegal da profissão.
Art. 4° - A conduta do bibliotecário em relação aos colegas deve ser pautada nos princípios de consideração, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados da Classe.
Art. 5° O bibliotecário deve, em relação aos colegas, observar as seguintes normas de conduta:
• a) ser leal e solidário, sem conivência com erros que venham a infringir a ética e as disposições legais que regem o exercício da profissão;
• b) evitar críticas e/ou denúncias contra outro profissional, sem dispor de elementos comprobatórios;
• c) respeitar as idéias de seus colegas, os trabalhos e as soluções, jamais usando-os como de sua própria autoria;
• d) evitar comentários desabonadores sobre a administração de colegas que vier a substituir;
• e) abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da Classe, desde que permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento.
Art. 6° - O bibliotecário deve, com relação à Classe, observar as seguintes normas:
• a) prestigiar as entidades de Classe, contribuindo sempre que solicitado, para o sucesso de suas iniciativas em proveito da coletividade;
• b) zelar pelo prestígio da Classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de suas instituições;
• c) facilitar o desempenho dos representantes do órgão fiscalizador, quando no exercício de suas respectivas funções.
Art. 7° - O bibliotecário deve, em relação aos usuários, observar a seguinte conduta:
• a) aplicar todo zelo e recursos ao seu alcance no atendimento ao público, não se recusando a prestar assistência profissional, salvo por relevante motivo;
• b) tratar os usuários com respeito e urbanidade, não prescindindo de igual tratamento por parte deles;
• c) ater-se ao que lhe compete na orientação técnica da pesquisa e na normalização do trabalho intelectual.
Art. 8° -O bibliotecário deve interessar-se pelo bem público e, com tal finalidade, contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir à coletividade.
Art. 9° - No desempenho de cargo, função, ou emprego, cumpre ao bibliotecário dignificá-lo moral e profissionalmente.
Art. 10° - Quando consultor, o bibliotecário deve limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto da consulta.

10 Mandamentos do Arquivista



Código de Ética do Arquivista
Um código de ética dos Arquivistas tem por finalidade fornecer à profissão arquivística regras de conduta de alto nível. O tema “arquivista”, tal como é usado neste texto, se aplica a todos aqueles que têm responsabilidade de controlar, vigiar, tratar, guardar, conservar e administrar os arquivos. As instituições empregadoras e os serviços de arquivo são encorajados a adotar políticas e práticas que permitam a aplicação deste código. A aplicação do código depende da boa vontade das instruções de arquivos e das associações profissionais. Ela pode ser feita indiretamente através do estabelecimento e do uso de procedimentos para sugerir orientações, em casos de duvida, examinar condutas contrarias á ética e, se for necessário, aplicar sanções.
1. Os arquivistas mantêm a integridade dos arquivos, garantindo assim que possam se constituir em testemunho permanente e digno de fé do passado.
O primeiro dever dos arquivistas é de manter a integridade dos documentos que são valorizados por seus cuidados e sua vigilância. No cumprimento desse dever, eles consideram os direitos, algumas vezes discordantes, e os interesses dos seus empregadores, dos proprietários, das pessoas citadas nos documentos e dos usuários, passados, presentes e futuros. A objetividade e a imparcialidade dos arquivistas permitem aquilatar o grau de seu profissionalismo. Os arquivistas resistem a toda pressão, venha ela de onde vier, visando manipular os testemunhos, assim como dissimular ou deformar os fatos.
2. Os arquivistas tratam, selecionam e mantêm os arquivos em seu contexto histórico, jurídico e administrativo, respeitando, portanto, sua proveniência, preservando e tornado assim manifestas suas interelações originais.
Os arquivistas agem em conformidade com os princípios e as praticas geralmente reconhecidas. No cumprimento de sua missão e de suas funções, os arquivistas se pautam pêlos princípios arquivísticos que regem a criação, a gestão e a escolha da destinação dos arquivos correntes e intermediários, a seleção e a aquisição de documento com vistas ao seu arquivamento definitivo, a salvaguardar, a preservação e a conservação dos arquivos que estão sob a sua guarda, e a classificação, a análise, a publicação e os meios de tornar os documentos acessíveis. Os arquivistas fazem a triagem dos documentos com imparcialidade, fundamentando seu julgamento em um profundo conhecimento das exigências administrativa e das políticas de aquisição de suas instituições. Eles classificam analisam os documentos escolhidos para serem retidos, de acordo com os princípios arquivísticos (em particular o princípio de proveniência e o princípio de classificação original) e as normas reconhecidas universalmente, tudo isso rapidamente quanto possível. Os arquivistas tem uma política de aquisição de documentos conforme os objetivos e os recursos de suas instituições. Eles não buscam ou não aceitam aquisições, quando elas se constituem em perigo para a integridade ou a segurança dos documentos; eles se dispõem a cooperar para que os documentos sejam conservados nos serviços mais adequados. Os arquivos favorecem o retorno dos arquivos públicos a seus países de origem, quando eles tenham sido seqüestrado em tempo de guerra ou de ocupação.
3. Os arquivistas preservam a autenticidade dos documentos nos trabalhos de tratamento, conservação e pesquisa.
Os arquivistas agem de modo que o valor arquivístico dos documentos, neles compreendidos os documentos eletrônicos ou informáticos, não seja diminuído pelos trabalhos arquivísticos de triagem, de classificação e de inventário, de conservação e de pesquisa. Se eles devem proceder a amostragens, eles fundamentam sua decisão sobre métodos e critérios seriamente estabelecidos. A substituição dos originais por outros suportes é decidida considerando-se seus valores legais, intrínsecos e de informação. Quando os documentos excluídos da consulta tenham sido retirados momentaneamente do dossiê, o usuário deve ser modificado.
4. Os arquivistas asseguram permanentemente a comunicabilidade e a compreensão dos documentos.
Os arquivistas dirigem sua reflexão sobre a triagem dos documentos a serem conservados ou eliminados, prioritariamente, em função da necessidade de salvaguardar a memória da atividade da pessoa ou da instituição que os produziu ou acumulou, mas igualmente em função dos interesses evolutivos dos interesses da pesquisa histórica. Os arquivistas têm consciência de que a aquisição de documentos de origem duvidosa, mesmo de grande interesse, é de natureza a encorajar um comércio ilegal. Eles prestam a sua colaboração a seus colegas e aos serviços pertinentes para a identificação e a procura das pessoas suspeitas de roubos de documentos de arquivos.
5. Os arquivistas se responsabilizam pelo tratamento dos documentos e justificam a maneira como o fazem.
Os arquivistas se preocupam não somente com o recolhimento dos documentos existentes, mas também cooperam com os gestores de documentos de maneira que, nos sistemas de informação e arquivamento eletrônico, sejam levados em conta, desde a origem, os procedimentos destinados à proteção de documentos de valor permanente. Os arquivistas quando negociam com os serviços responsáveis pela guarda ou com os proprietários de documentos, fundamentam sua decisão, em tal circunstância, considerando os seguintes elementos: autorização de recolhimento, doação ou venda; negociações financeiras; planos de tratamento; direitos de produção e condições de acessibilidade. Eles aguardam um registro escrito de entrada de documentos, de sua conservação e de seu tratamento.
6. Os arquivistas facilitam o acesso aos arquivos ao maior número possível de usuários, oferecendo seus serviços a todos com imparcialidade.
Os arquivistas produzem instrumento de pesquisa gerais e específicos adaptados às exigências, para a totalidade dos fundos que têm sob sua guarda. Em todas as circunstâncias, eles oferecem pareceres com imparcialidade e utilizam os recursos disponíveis para fornecer uma série de opiniões equilibradas. Os arquivistas respondem com cortesia, e com a preocupação de ajudar, a todas as pesquisas razoáveis referentes aos documentos dos quais eles garantem a conservação e encorajam a sua utilização em grande número, dentro dos limites impostos pela política das instituições dependem a necessidade de preservar os documentos, o respeito à legislação e à regulamentação, aos direitos dos indivíduos e aos acordos com os doadores. Eles definem as restrições aos usuários eventuais e as aplicam com eqüidade. Os arquivistas desencorajam as limitações de acesso e de utilização dos documentos quando eles não são razoáveis, mas podem aceitar ou sugerir restrições claramente definidas e de uma duração limitada quando elas são a condição de uma aquisição. Eles observam fielmente e aplicam com imparcialidade todos os acordos firmados no momento de uma aquisição, mas, no interesse da liberação de acesso aos documentos, eles podem renegociar as cláusulas quando as circunstâncias mudam.
7. Os arquivistas visam encontrar o justo equilíbrio, no quadro da legislação em vigor, entre o direito ao conhecimento e o respeito à vida privada.
Os arquivistas se preocupam para que a vida das pessoas jurídicas e físicas, assim como a segurança nacional, sejam protegidas, sem que haja necessidade de se destruir as informações sobretudo no caso dos arquivos informatizados, onde os dados podem ser deletados e novos dados inseridos, como é prática corrente. Os arquivistas defendem o respeito a vida privada das pessoas que estão ligadas à origem ou que são a própria matéria dos documentos, sobretudo daquelas que não foram consultadas quanto `a utilização ou destino dos documentos.
8. Os arquivistas servem aos interesses de todos e evitam tirar de sua posição vantagens para eles mesmos ou para quem quer que seja.
Os arquivistas se abstêm de toda atividade prejudicial à sua integridade profissional, à sua objetividade e à sua imparcialidade.
Os arquivistas não tiram de suas atividades nenhuma vantagem pessoal, financeira ou de qualquer outra ordem que possa resultar em detrimento das instituições, dos usuários e de seus colegas. Os arquivistas não colecionam pessoalmente documentos originais nem participam de um comércio de documentos em sua área de jurisdição. Eles evitam as atividades que possam ciar no espírito do público a impressão de um conflito de interesses. Os arquivistas podem explorar os fundos arquivísticos de sua instituição para fins de pesquisa e de publicações pessoais, desde que tal trabalho seja conduzido de acordo coma s mesmas regras impostas aos demais usuários. Eles não revelam nem utilizam, nos fundos arquivísticos, onde o acesso é limitado, as informações obtidas em seus trabalhos. Eles não permitem que suas pesquisas pessoais ou suas publicações interfiram com as tarefas profissionais ou administrativas para as quais foram contratados. No que concerne à exploração de seus fundos arquivísticos, os arquivistas não utilizam seu conhecimento das descobertas feitas por um pesquisador, ainda não publicadas por ele sem adverti-lo de sua intenção de tirar partido delas. Os arquivistas podem criticar e comentar os trabalhos afins a suas áreas de pesquisa, aí compreendidos os trabalhos baseados nos fundos que se acham sob sua guarda. Os arquivistas não permitem a pessoas estranhas à sua profissão interferirem em suas práticas e obrigações.
9. Os arquivistas procuram atingir o melhor nível profissional, renovando, sistemática e continuamente, seus conhecimentos arquivísticos e compartilhando os resultados de suas pesquisas e de sua experiência.
Os arquivistas se esforçam para desenvolver seu saber profissional e seus conhecimentos técnicos e contribuir para o progresso da Arquivologia, zelando para que as pessoas, cuja formação e orientação estejam sob sua responsabilidade, exerçam suas tarefas com competência.
10. Os arquivistas trabalham em colaboração com seus colegas e os membros das profissões afins, visando assegurar, universalmente, a conservação e a utilização do patrimônio documental.
Os arquivistas procuram estimular a colaboração e evitar conflitos com seus colegas, resolvendo suas dificuldades pelo encorajamento ao respeito às normas arquivísticas e à ética profissional. Os arquivistas cooperam com os representantes das profissões paralelas dentro de um espírito de respeito e compreensão mútua.

Falta de arquivos ameaça memória cinematográfica


Mais de 60% dos filmes mudos alemães se perderam, até mesmo longa-metragens de diretores conhecidos como Friedrich Wilhelm Murnau.

Na Alemanha, dita a lei que toda música gravada no país tem que ser arquivada. O mesmo não acontece surpreendentemente com o cinema. Da era do cinema mundo, mais de 60% dos filmes simplesmente desapareceram. O mesmo vale com relação às produções da época da República de Weimar.
Conhecidos e desaparecidos
No Arquivo do Cinema, está armazenado mais de um milhão de rolos, equivalendo a aproximadamente 150 mil filmes. Isso é, no entanto, apenas uma pequena porcentagem do que já foi rodado na Alemanha.
Muitas obras estão guardadas em arquivos menores e, ocasionalmente, surgem em arquivos fora do país verdadeiras raridades, há muito tidas como perdidas. Uma boa parte dos filmes rodados na Alemanha, porém, desapareceu realmente.
Para a parlamentar verde Claudia Roth, também especialista em cinema, é extremamente importante arquivar o material produzido no país: "Filmes são arquivos de memória, onde está também registrada a história alemã", diz Roth, ao lamentar a perda de obras conhecidas de diretores famosos, como Friedrich Wilhelm Murnau. "Perdemos, assim, muito de nossa própria herança cultural", conclui a política verde.
Até mesmo de Metrópolis, a obra monumental de Fritz Lang, não existe mais o original e sim uma versão posterior, construída à custa de muito esforço a partir de um trabalho minucioso em cima de várias cópias distintas.
Exclusão
O Partido Verde se empenha no Parlamento por uma regulamentação mais rigorosa da obrigação de arquivar os filmes rodados no país. Há quatro anos, ficou estabelecido que todo filme produzido na Alemanha deve ser arquivado. Na realidade, porém, a lei só atinge os filmes financiados com dinheiro do Estado.
O que automaticamente exclui toda a gama de filmes independentes. "É uma regra absurda", diz Karl Griep, "que exclui filmes financiados diretamente pelos produtores ou aqueles pagos pelos próprios diretores, partindo-se do princípio de que este tipo de filme 'não faz parte da herança cultural do país'", critica Griep.
Falta de registro
Até mesmo filmes financiados com recursos dos estados alemães, mas não com verbas do governo federal, não precisam ser sempre arquivados, mesmo porque não há uma estatística exata do número de filmes rodados no país por ano. Ao contrário das publicações impressas, o cinema não tem um registro central de produções, nem estatísticas exatas de produção.
O ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, anunciou recentemente que está "pensando na possiblidade de uma nova regulamentação" para o setor. Sugestões concretas a respeito da melhor forma de implementar um sistema que venha a prever o arquivamento de tudo o que é produzido no país, não foram, contudo, mencionadas pelo ministro.

Sarah Mersch (sv)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

CADA SER EM SI CARREGA O DON DE SER CAPAZ...




Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível".

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?

- Tenho sim. E Beethoven?

- Como? - o encara o gestor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio.

Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.

Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico (até hoje o Flamengo está órfão de um Zico)?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus 'gaps'.

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico... O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente/coordenador, ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi pra outras moradas'; ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:

"Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. Ninguém... pois, nosso Zaca é insubstituível"

Portanto nunca esqueça: Você é um talento único....com toda certeza ninguém te substituirá!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor."

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Competências do profissional da informação: uma reflexão a partir da Classificação Brasileira de Ocupações


As organizações estão sendo desafiadas a lidar com ambientes cada vez mais dinâmicos, demandando novas exigências de gestão e novos perfis de lideranças. Grande ênfase tem se dado à questão das competências essenciais da organização, que se referem ao aprendizado coletivo, e das competências do indivíduo. As mudanças não são decorrentes apenas dos avanços tecnológicos, mas também do ambiente que se tornou complexo, demandando transformações permanentes para se garantir a vantagem competitiva.

(Leia mais...)

FLUÊNCIA E FORMAS DE ACESSO E USO DA INFORMAÇÃO CIENTÍFICA: uma investigação na área de educação em ciências

Reflexão sobre a necessidade da criação de um Sistema de Informação em Rede, que propicie fluência e formas de acesso à informação científica que oriente e garanta a (re)significação do conhecimento. Apresentam-se resultados de investigação na área de Educação em Ciências e diretrizes para a criação de facilidades de acesso e uso da informação por meio de redes, como o caminho da produção do conhecimento com propósito desafiador de propiciar o desenvolvimento da competência em informação.

Palavras-chave: Sistemas de Informação em Rede. Educação em Ciências. Competência em informação.

(Leia mais)

A BIBLIOTECA DIGITAL NO CONTEXTO DA GESTÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: ANÁLISE DE ASPECTOS CONCEITUAIS E EVOLUTIVOS PARA A ORGANIZAÇÃO DA INFORM

A biblioteca universitária, no Brasil, está vivendo a simultaneidade de três fases evolutivas do desenvolvimento de bibliotecas: a) automação de rotinas bibliotecárias básicas; b) acesso on-line à bases de dados por meio de redes de teleprocessamento controladas por satélite; c) era da Internet. Cada uma dessas etapas tem uma denominação correspondente ao período que gerou um estágio tecnológico distinto, assim, a biblioteca que corresponde à primeira etapa é denominada biblioteca eletrônica; a biblioteca virtual é uma denominação que corresponde à segunda etapa; e a era da Internet ou terceira etapa corresponde às bibliotecas digitais. A analogia de evolução e conceito das bibliotecas frente às tecnologias de informação e comunicação é importante para constatarmos o que está acontecendo em bibliotecas universitárias no Brasil. No atual estágio de desenvolvimento das bibliotecas universitárias no Brasil, concluímos que existe uma superposição das três fases de biblioteca eletrônica, biblioteca virtual e biblioteca digital que necessita de estudos quanto à organização da informação digital.

Palavras-chaves: bibliotecas digitais; bibliotecas universitárias; organização da informação

(Leia mais)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Keith Richards diz em autobiobrafia que quer ser bibliotecário


O guitarrista Keith Richards, do Rolling Stones, tem o sonho secreto de ser bibliotecário, diz o próprio em uma autobiografia que está prestes a ser publicada.
Segundo a edição desta segunda, 5, do jornal inglês "The Sunday Times", o músico confessa no livro que, apesar de sua imagem de roqueiro, há anos cultiva uma paixão pelos livros e inclusive recebeu formação profissional para organizar os guardados em suas casas na Inglaterra e nos Estados Unidos.
Em sua biografia, pela qual teria recebido US$ 7,3 milhões por antecipação, Richards explica que tentou aplicar um sistema utilizado pelos bibliotecários para ordenar seus livros, entre eles muitos sobre a história do rock e a 2.ª Guerra Mundial.
Além disso, Richards atuou como uma "biblioteca pública" ao emprestar exemplares de autores britânicos como Bernard Cornwell e Len Deighton para seus amigos, diz o jornal.
Segundo o "The Sunday Times", durante sua juventude na austera Inglaterra do pós-guerra, o roqueiro se refugiava na leitura antes de encontrar o blues.
Para Richards, "quando você cresce, há duas instituições que o afetam especialmente: a Igreja, que pertence a Deus, e a biblioteca, que pertence a você. A biblioteca pública é igualitária".

domingo, 4 de abril de 2010

Para que limites?

(Siga no Twitter)

Arquivista 2.0


[...] "Arquivista 2.0 é aquele arquivista que entende a especificidade da informação orgânica, aquela gerada da relação das pessoas com as instituições. Hoje vemos que a maioria das informações nas instituições e empresas são geradas e utilizadas nos ambientes digitais. Por isso o conceito 2.0, uma alusão à Web 2.0, que também traz estes paradigmas da participação e da colaboração na internet. Mas não falo só de informação digital, também falo muito em portais corporativos – minha área de atuação -, além de gestão do conhecimento e da ciência da informação, por exemplo." [...]



[...]"Acredito que a arquivologia precisa de novos ares. O conceito de documento é imutável. Porém paralelo a ele existem registros de decisões e de inteligência coletiva que extravasam estes conceitos. Como um arquivista deve se portar frente a estas novas formas de registro? Devemos esquecer os códices e tábuas cuneiformes só porque não estão dentro do conceito de documento da arquivologia tradicional? Da mesma forma me pergunto: devemos negar as fotos, os textos de blogs, o tagueamento popular da internet hoje? Acredito que isto também seja um registro e que os arquivistas precisam ver isso como uma missão profissional, para garantir que no futuro possam ter acesso a essas informações geradas nesta emergência digital"[...].

Por Charlley Luz

O Professor....


É a vida de professora não é fácil...Mas quem foi que disse que seria? Me descobrir professora não foi algo que aconteceu assim de repente, na realidade nunca me imaginei em sala de aula, a não ser, do lado de cá da sala, de preferência lá no canto, na turma do fundão.
Vivi tudo que uma adolescente poderia viver, bem, quase tudo, minha liberdade era bastate limitada, mas nada que me impedisse de sonhar, e eu sonhei, Deus como eu sonhei...Sonhei em ser Advogada, Juíza, Promotora, Arquiteta, Executiva, Diplomata, Médica, Mulher Maravilha,
Lois Laine, She-Ra, e tantas outra heroínas, mas nunca me imaginei sendo professora.
Até que um dia, desmotivada na Biblioteconomia (Minha formação e motivo de paixão até hoje) eu conheci uma professora, estatura medianta, assim meio franzina, mais ENORME, bastava abrir a boca para fazer todo mundo viajar, flutuar em suas palavras, falava como quem declama um poema, ensinava como quem sabia de tudo um pouco, nunca deixou que um aluno saísse de sala sem uma resposta (Uma bibliotecária nata!), não se deixava levar, não se permitia influenciar, seguia tão somente o que sua ética exigia, seu nome? Eliany Alvarenga, meu ponto de referência, a partir daí, me senti motivada, voltei a acreditar que era possível ganhar o mundo sendo "uma profissional da informação", até então, pensava em ser apenas uma "grande" bibliotecária, Organizada, Articulada, Atuante e defensora desta profissão tão digna e quase nunca valorizada.
Fazer o que né? Há mesmo quem diga que o Brasil ñ é o país da educação, porém, otimista que sou, ACREDITO DO BRASIL! Acredito nas pessoas por mais quem me pareçam criaturas, cada ser em si traz algo de bom para o mundo.
Assim, me descobri PROFESSORA, no dia em que defendi minha monografia, senti um calafrio, um desejo de sentar naquela cadeira e ser membro de uma banca. Vi minha vida passar como filme em minha mente, desejei ser a melhor professora que a Ciência da Informação poderia ter, pretensão? Talvez, mas enquanto há vida, há esperança. Fiz minha parte, superei meus próprios limites, venci obstáculos, concorri, briguei, fui ética e me tornei professora, hoje na Arquivologia, curso que me recebeu com muito carinho, procuro aplicar toda a minha experiência da Biblioteconomia e da Ciência da Informação para formar os melhores profissionais da informação que nossa sociedade merece ter, sei que não depende apenas de mim, mas enquanto não me faltar fôlego, alunos que acreditam em mim, amigos que dividem comigo o "grande palco" que é a sala de aula, (Palco, por que um bom professor precisa entre outras coisas ser um artista, pois assim, conseguirá encantar, seu público), grandes mestres que me permitem beber da fonte do conhecimento, eu continuarei acreditando que ser Professora é de fato a melhor coisa desse mundo.
Eu descobri, durante minha caminhada que um bom mestre, acumula títulos sim, mas definitivamente não são os tais títulos que definem quem é bom e quem não é, não são os títulos que asseguram respeito, confiança, segurança e domínio de sala, garantindo assim que se cumpra o dever da docência, qual seja, disseminar o conhecimento e transformar informação e conhecimento tácito em capital intelectual.

Por Irma Carvalho